Opinião

Pobre Cassino nas quatro estações

Por Paulo César Olmedo
Engenheiro Civil

Entramos em 2024 e, novamente como uma repetição, ano após ano, dia após dia, a única coisa que os moradores e veranistas da Praia do Cassino recebem de nossos políticos são promessas vagas e vãs. Prometeram Cassino quatro estações, fizeram reuniões, alardearam aos quatro ventos e a única coisa que conseguimos de quatro estações foi comprar um sabonete com essa marca, mas restaram poucos, pois é muito antigo que só aqueles que convivem há muito tempo com nossa praia conhecem. Mas a juventude de hoje pode consultar o Dr. Google que ele vai responder quais as fragrâncias desse velho e amado companheiro dos banhos de antigamente, com esse nome tão sugestivo e oportuno para o momento.

Ficamos até com vergonha de receber turistas, principalmente os estrangeiros e apresentar esse quadro de abandono total. Os contêineres com lixo extravasando e fedendo, pois povo educado como o nosso coloca até cascas de camarão e vísceras de peixes, desde que não seja defronte a sua casa. Na casa dos outros pode! O capim, junto ao meio fio, quase esconde as calçadas, pois cresce desenfreadamente com a quantidade de areia acumulada durante o ano inteiro. Antes eles limpavam em novembro ou dezembro, esse ano perderam a vergonha e nada fizeram. As calçadas, totalmente desniveladas, apresentam riscos aos transeuntes, que devem caminhar olhando para o chão, inclusive para não pisar nas fezes dos cachorros de rua abandonados pós-temporada, todos os anos, ficando três estações comendo até sacos plásticos com cheiro de carne, esperando o próximo verão.

Pois é, dinheiro para educação, saúde e segurança não tem, mas para financiar shows e artistas decadentes, tem. Olhem a lei Rouanet! Acham que se derem o ópio para o povo ,o resto eles esquecem. Então tem cantores e conjuntos se apresentando rotineiramente na avenida para disfarçar aquilo que eles não conseguem proporcionar ao povo que paga impostos e mantém os seus salários. O nosso querido vento, cujo alcunha é Nordestão, sopra para todos os lados o lixo jogado no chão e deixado pelas feiras livres de terças, quartas, sextas, sábados e domingos. As patentes químicas espalhadas pela avenida, pelo menos evitam que os bem educados frequentadores efêmeros das noites de verão façam suas necessidades em nossos muros e calçadas. Mas outros continuam fazendo, inclusive em meu alpendre, outro dia, tive que limpar uma poça do número um.

Poderia desfiar mais de um rosário, mas vou me abster e esperar que nossos gestores leiam essas poucas palavras e façam suas reflexões, para depois agirem em prol de nossa comunidade cassineira tão sofrida, hoje com mais de 60 mil habitantes fixos e, que recebe mais de 200 mil turistas e veranistas de toda metade sul do Estado, nesta época. Pelo andar da carruagem, acredito que nosso prefeito não espera eleger seu sucessor, como em Pelotas também, cujo abandono é muito semelhante ao daqui. Mas como o povo tem lembrança curta, tudo pode acontecer. Salvem, pelo menos, o Cassino.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

O brigadeiro Montenegro

Próximo

Um final feliz

Deixe seu comentário